sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Exercícios sobre vozes verbais.

I - Identifique as Vozes Verbais usando para Voz Ativa (VA), Passiva Analítica (VPA), Passiva Sintética (VPS) e Reflexiva (VR):

O1. Alugaram-se todas as casas da vila.

02. O garoto feriu-se com o canivete.

03. O homem é corrompido pela sociedade.

04. Consertam-se aparelhos eletrônicos.

05. Felipe plantou uma rosa.

06. Os meninos admiravam a locomotiva.

07. João foi ferido por Paulo.

08. A moça admirava-se no espelho.

09. Não se vê viva alma na praça.

10. Os pais educam os filhos.

11. Os dois pretendentes insultaram-se.

12. O cachorro ficou esmagado pelas rodas do carro.

13. Eu machuquei o rapaz.

14. Todos comeram uma fatia do bolo.

15. Nunca se ouviram queixa dele.

16. A casa foi vendida pelo corretor.

17. Abraçaram-se com alegria e emoção.

18. Ele fez todo o trabalho em apenas um dia.

19. Os dois falaram-se rapidamente.

20. Cortaram o cabelo da criança.

21. Carla foi correr no parque.

22. O cabelo da criança foi cortado.

23. Praticam-se ações humanitárias.

24. O Detento havia sido libertado pelo juiz.

25. A apresentação agradou ao público.

II  - . (VOZES DO VERBO) (ENG. ITAJUBÁ) Transforme as frases a e b segundo o seguinte modelo:
- Foi socorrido por amigos.
- Amigos socorreram-no.

a) Foste ajustado por muitos.
b) Fomos aconselhados por mestres.

III - . (VOZES DO VERBO) (FUVEST) "Os meninos de rua que procuram trabalho são repelidos pela população."

a) Reescreva a frase, alterando-lhe o sentido apenas com o emprego de vírgulas.
b) Explique a alteração de sentido ocorrida.

IV - . (VOZES DO VERBO) Na oração: "Diz-se que o mundo vai acabar em chamas."

a) o "se" é partícula apassivadora e a oração sublinhada é objetiva direta.
b) o "se" é partícula expletiva e a oração sublinhada é subjetiva.
c) o "se" é sinal de sujeito indeterminado e a oração sublinhada é predicativa.
d) o "se" é sinal de sujeito indeterminado e a oração sublinhada é objetiva direta.
e) o "se" é partícula apassivadora e a oração sublinhada é subjetiva.

V - . (VOZES DO VERBO) "Destroem-se em minutos, feitos montes de leivas, antigas roças penosamente cultivadas..." O "se" 
(destroem-se) é:

a) objeto indireto
b) objeto direto
c) sinal de sujeito indeterminado
d) sujeito
e) partícula apassivadora

VI - . (VOZES DO VERBO) Assinale a alternativa incorreta:

a) "Compre-se todas as propriedades desta região" Se = part. apassivadora.
b) "Por onde se vai ao CLQ?" Se = part. de indeterminação do sujeito.
c) "Os inimigos olham-se agora como amigos..." Se = objeto direto.
d) "Os fugitivos se morriam de sede e fome..." Se = objeto direto.
e) "A Lua se elevava nos céus..." Se = objeto direto.

VII -. (VOZES DO VERBO) Assinale a alternativa sem partícula apassivadora:
a) Esclarecer-se são todas as dúvidas.
b) Se tudo se resolvesse a contento, não haveria dissensões.
c) Se se fizesse o projeto original, não haveria fracasso.
d) Ele deixou-se vagar pela noite.
e) Observa-se em todos o toque de um gênio.

VIII - (VOZES DO VERBO) Classifique as seguintes frases quando as vozes verbais:

a Antônio sentiu-se largado dos fardos.
b) Tu jamais te contentaste para a tragédia
c) O público apulparia o cantor.
d) Analisar-se-ão os trabalhos esta tarde.
e) Reformam-se casas
f) Deram-se as mãos e caminharam lado a lado
g) Os atletas insultavam-se.
h) Estava-se feliz com o resultado da competição.
i) O ladrão foi perdoado pela vítima.
j) Arrombaram a porta da casa
k) Arrombou-se a casa da esquina.
l) Enviaram um belo presente ao vencedor.
m) O regulamento será obedecido por nós. 
n) Sua filha não se penteia para os homens. 
o) Encerram-se hoje as inscrições. 
p) Elas podem chegar ainda hoje.


IX) Apenas uma das frases admite a voz passiva. Assinale-a.
A) Gosto de frutas.
B) Milhares de pessoas assistiram ao jogo.
C) Deus criou o mundo.
D) Este ano foi quente.
E) NDA.

X)"O velho casarão foi substituído por um enorme edifício." Passando esta frase para a voz ativa, temos:
A) O velho casarão, substituíram-no por um enorme edifício.
B) Um enorme edifício substituiu o velho casarão.
C) O velho casarão substituiu o enorme edifício.
D) Substituiu-se o enorme edifício pelo velho casarão.
E) NDA

XI)  Assinale o item em que há erro na passagem da ativa para a passiva:
A) Ela quebrará tudo = Tudo será quebrado por ela.
B) Ela quebrara tudo = Tudo foi quebrado por ela.
C) Ela quebra tudo = Tudo é quebrado por ela.
D) Ela tinha quebrado tudo = Tudo tinha sido quebrado por ela.
E) NDA

XII)  Assinale o único item em que o SE indica ação reflexiva:
A) A menina SE penteia sempre.
B) Nao SE dançou à noite.
C) Fizeram-SE novos acordos.
D) Precisa-Se de mais dados.
E) NDA

XIII)  "Os ladrões foram indentificados por uma testemunha". Transpondo para a voz ativa, teremos:
A) Havia identificado.
B) Tinha identificado.
C) Indentificara.
D) Identificou-se
E) NDA

XIV)  Identifique a frase em que há erro na concordância verbal:
A) Procedeu-se aos interrogatórios.
B) Fizeram-se nomeações.
C) Arrependeram-se de tudo.
D) Conserta-se pneus.
E) NDA

XV)  Indique o item em que há erro na classificação sintática do SE:
A) Resolve  ram-SE as dúvidas = pronome apassivador.
B) Vestiu-SE rapidamente = parte integrante do verbo.
C) Precisa-SE de secretárias = indeterminação do sujeito.
D) Elas SE arrependeram = parte integrante do verbo.
E) NDA

XVI)  Assinale o item em que há erro na concordância verbal:
A) Revelar-se-ão as causas do fato.
B) Tomar-se-á, ainda hoje, as providências cabíveis.
C) Necessita-se de outras provas.
D) Obtiveram-se bons resultados.
E) NDA

XVII) Aponte o item em que há erro na escolha do particípio do verbo abudante na voz passiva ou ativa:
A) O Presidente tinha expresso sua opinião.
B) Os policiais haviam expulsado os baderneiros.
C) A reunião foi suspensa à tarde.
D) Foi eleito por unanimidade.
E) NDA

XVIII) Assinale o item em que há erro na voz passiva do tempo composto:
A) O prêmio tinha sido ganhado por mim.
B) O recurso tinha sido aceito.
C) A carta tinha sido entregue.
D) O curso não havia sido pago.
E) NDA

Atividades sobre coesão e coerência


1. Reescreva os trechos fazendo a devida coesão. Utilize artigos, pronomes ou advérbios. Não se esqueça de que a elipse (omissão de um termo) também é um mecanismo de coesão.

a) A gravata do uniforme de Pedro está velha e surrada. A minha gravata está novinha em folha.

b) Ontem fui conhecer o novo apartamento do Tiago. Tiago comprou o apartamento com o dinheiro recebido do jornal.

c) Perto da estação havia um pequeno restaurante. No restaurante costumavam reunir-se os trabalhadores da ferrovia.

d) No quintal, as crianças brincavam. O prédio vizinho estava em construção. Os carros passavam buzinando. As brincadeiras, o barulho da construção e das buzinas tiravam-me a concentração no trabalho que eu estava fazendo.

e) Os convidados chegaram atrasados. Os convidados tinham errado o caminho e custaram a encontrar alguém que orientasse o caminho aos convidados.

f) Os candidatos foram convocados por edital. Os candidatos deverão apresentar-se, munidos de documentos, até o dia 24.

 

2. Leia o texto a seguir e assinale a opção que dá seqüência com coerência e coesão.

Em nossos dias, a ética ressurge e se revigora em muitas áreas da sociedade industrial e pós-industrial. Ela procura novos caminhos para os cidadãos e as organizações, encarando construtivamente as inúmeras modificações que são verificadas no quadro referencial de valores. A dignidade do indivíduo passa a aferir-se pela relação deste com seus semelhantes, muito em especial com as organizações de que participa e com a própria sociedade em que está inserido.

(José de Ávila Aguiar Coimbra – Fronteiras da Ética, São Paulo, Editora SENAC, 2002).


a) A sociedade moderna, no entanto, proclamou sua independência em relação a esse pensamento religioso predominante.


b) Mesmo hoje, nem sempre são muito claros os limites entre essa moral e a ética, pois vários pensadores partem de conceitos diferentes.


c) Não é de estranhar, pois, que tanto a administração pública quanto a iniciativa privada estejam ocupando-se de problemas éticos e suas respectivas soluções.


d) A ciência também produz a ignorância na medida em que as especializações caminham para fora dos grandes contextos reais, das realidades e suas respectivas soluções.


e) Paradoxalmente, cada avanço dos conhecimentos científicos, unidirecionais produz mais desorientação e perplexidade na esfera das ações a implementar, para as quais se pressupõe acerto e segurança.

 

3- As frases abaixo apresentam problemas de coesão textual. Identifique o problema e depois reescreva-as tornando-as coesas.

a) Mais de cinqüenta mil pessoas compareceram ao estádio para apoiar o time onde  seria disputada a partida final.

 

b) Não concordo em nenhuma hipótese com seus argumentos, pois eles vão ao encontro dos meus.

 

c) A casa, que ficava em uma região em que fazia bastante frio durante o inverno.

 

d) A platéia, conquanto reconhecesse o enorme talento do artista, ao final do espetáculo aplaudiu-o de pé por mais de cinco minutos.

 

e) Durante todo o interrogatório, em nenhum momento o acusado não negou que tivesse sido ele o autor do delito.

 

4- Nas questões abaixo, apresentamos alguns segmentos de discurso se­parados por ponto final. Retire o ponto final e estabeleça entre eles o tipo de relação que lhe parecer compatível, usando para isso os elementos de coe­são adequados.

 

a- O solo do Nordeste é multo seco e aparentemente árido. Quan­do caem as chuvas, imediatamente brota a vegetação.

 

b- Uma seca desoladora assolou a região sul, principal celeiro do país. Vai faltar alimento e os preços vão disparar.

 

c- Inverta a posição dos segmentos contidos na questão 2 e use o conetivo apropriado:

 

d- Vai faltar alimento e os preços vão disparar. Uma seca deso­ladora assolou a região sul, principal celeiro do país.  

 

e- O trânsito em São Paulo ficou completamente paralisado dia 15, das 14 às 18 horas. Fortíssimas chuvas inundaram a cidade.

 

5- As questões abaixo apresentam problemas de coesão por causa do mau uso do conectivo, isto é, da palavra que estabelece a conexão. A pala­vra ou expressão conectiva inadequada vem em destaque. Procure desco­brir a razão dessa impropriedade de uso e substituir a forma errada pela correta.  ..          .           .

a) Em São Paulo já não chove há mais de dois meses. Apesar de que já se pense em racionamento de água e energia elétrica.

 

b) As pessoas caminham pelas ruas. Despreocupadas, como se não existisse perigo algum, mas o policial continua folgadamente tomando o seu café no bar.

 

c) Talvez seja adiado o jogo entre Botafogo e Flamengo, pois o estado do gramado do Maracanã não é dos piores.

 

d) Uma boa parte das crianças mora muito longe, vai à escola com fome, onde ocorre o grande número de desistências.

 

 

 

 

domingo, 17 de agosto de 2014

Estrutura do  texto narrativo - 1ª parte

 

            Narrar é contar uma história (real ou fictícia). A narração apresenta uma sequência de ações envolvendo personagens em determinado espaço (ou espaços) e tempo. Portanto, a matéria da narração são ocorrências, fatos, ações.      A narração pressupõe movimento (mudança de situação) e implica conflito que envolve personagens, apresenta suspense (clímax), traz consequências e culmina no desfecho (conclusão).      São exemplos de narrativas a novela, o romance, o conto, e também uma crônica, uma notícia de jornal, uma piada, uma letra de música, uma história em quadrinhos, desde que apresentem uma sucessão de acontecimentos.      O relato de um episódio, real ou fictício, implica interferência de todos ou de alguns dos seguintes elementos (personagens e circunstâncias):

 

QUÊ? – o(s) fato(s) que compõe(m) a história;

QUEM? – a personagem ou personagens;

COMO? – o enredo, o modo como se desenvolvem os acontecimentos;

O N D E ? – o lugar da ocorrência ou das ocorrências;

QUANDO? – o momento ou momentos em que se passam as ações;

POR QUÊ? – a causa do acontecimento;

PARA QUÊ? – resultado ou consequência do acontecimento.

Nem sempre todos esses elementos estão presentes no texto narrativo, exceto "que" e "quem", sem os quais não há texto narrativo.

 

A narração escolar

      A narração, no sentido escolar do termo, é um texto conciso e superficial, em que os fatos não podem ser aprofundados devido ao exíguo espaço para o desenvolvimento da história (em média 30 linhas). Por esse motivo, os índices temporais devem ser apenas os imprescindíveis para mensurar cronologicamente a história; o espaço é apenas citado (nos romances, a localização espacial é delimitada e caracterizada, às vezes, em muitas páginas), e as personagens são apenas as essenciais ao desenrolar dos fatos. Quanto ao enredo, as ações são geradas em função de um só acontecimento (nas narrações extensas, são vários os acontecimentos que compõem o enredo).      Ao desenvolver um texto narrativo-descritivo, o aluno deve intercalar passagens de ação com breves trechos descritivos, de modo a delinear personagens  e lugares com intenção funcional, já que na concisão da narrativa escolar devem figurar somente os dados relevantes ao enredo. Se o aluno quiser elaborar um texto essencial- mente narrativo, pode prescindir das descrições, limitando- se apenas às ações em seu percurso temporal.      Assim, na narração escolar, personagens e ação são imprescindíveis. Além desses elementos, em sua redação não devem faltar emoção, suspense, surpresa e criatividade, para assim envolver o leitor.

 

Receita de texto narrativo

     •  Com alguns traços marcantes essenciais, procure caracterizar física e psicologicamente sua personagem.             Ex.: Fisicamente: olhos castanhos . Psicologicamente : incrédulo, ingênuo .   

 •  Trabalhe sua linguagem de modo a combinar dados  físicos e psicológicos, oferecendo uma visão totalizante da personagem.     Ex.: Nos olhos castanhos de Miguel, havia um brilho incrédulo e ingênuo enquanto lia a carta de Joana.   

 •  Lembre-se de que os períodos muitos longos (num espaço aproximado de 30 linhas) tornam o texto "arrastado"; já os períodos curtos demais, se não forem bem construídos, podem tornar primária a redação. Prefira períodos curtos, sintetizando as ações.     E x . : Todos correram alvoroçados; ninguém se machucou . Primeiro o pânico, depois o riso.   

 • Procure criar uma situação inusitada que desencadeie uma complicação, pois é o inesperado que sustenta o gosto pela leitura.   

 •  Você pode narrar com ou sem o uso de diálogos  . Os discursos diretos, quanto à pontuação, devem ser padronizados. Observe que os diálogos são um recurso da literatura para animar a narração. Quando bem articulados, tornam mais fluente a narrativa.      Ex.: — O que você esperava que eu fizesse? — gritou João.          — Esperava que reagisse , só isso?!!!!

•  Ao introduzir o ambiente na narração, não se detenha  em detalhes supérfluos. Caracterize os espaços e objetos determinantes da ação.     Ex.: Na sala, apenas o sofá vermelho que acalenta as noites insones de Luís.   

 •  Procure estender ao desfecho a criatividade que você manteve ao longo do texto. O desfecho deve ser original, inesperado, surpreendente para não transformar a narrativa num simples relato.   

 •  Não se esqueça de que o enredo de sua narrativa deve  apresentar um conflito que se resolve no desfecho.

 

Resumindo

Parágrafo narrativo

Numa narrativa breve – em, por exemplo, cinco parágrafos –, a divisão das partes pode ser a seguinte: a)   exposição: apresentação breve de personagens e localização da história no tempo e no espaço (primeiro parágrafo);

b)   complicação: conflito entre as personagens, trama que gera tensão (segundo e terceiro parágrafos);

c)   clímax: o momento de maior tensão dramática, o conflito atinge seu ápice (quarto parágrafo); d)   desfecho: consequências ou solução do conflito, esclarecimento da trama (quinto parágrafo).      Obviamente essa distribuição das partes não é estanque; apresentamos apenas uma divisão que pode facilitar a elaboração de um texto narrativo. Você deve ter percebido que, na narração, o que importa é a sequência de acontecimentos num determinado tempo. O tempo é elemento essencial da narração.

 

Para compor uma história são necessários alguns elementos básicos: enredo (ação), personagens, tempo e espaço. Fazem parte da estrutura narrativa:

PERSONAGENS = definem-se pelas características e pelas ações que desenvolvem;

ENREDO = ação, organização dos fatos;

TEMPO =  pode ser cronológico (tempo real) e psicológico ( tempo mental);

ESPAÇO = lugar definido pela descrição - onde se passa a história.

NARRADOR= narrador-personagem ou 1ª pessoa - participa da história (é um personagem);

narrador observador ou 3ª pessoa - não participa da história (vê tudo de fora)

 

            Para compor uma história são necessários alguns elementos básicos: enredo (ação), personagens, tempo e espaço. Fazem parte da estrutura narrativa:

  • Personagem(ns)   =  definem-se pelas características e pelas ações;
  • Enredo  = ação, organização de fatos;
  • Tempo =  pode ser cronológico ( tempo real) ou psicológico ( tempo mental);
  • Espaço =  lugar (definido pela descrição ou apenas indicado;                                                                                                                 
  • Foco narrativo =  3ª pessoa - narrador onisciente que conhece o interior das personagens; narrador  observador - que também é de 3ª pessoa -  conta o que vê.  1ª pessoa - o narrador conta o que vê como personagem.
  • tipos de discursos = direto - o personagem fala;
  • Indireto = o narrador fala pelo personagem;
  • Indireto livre = fusão da fala do narrador com a do personagem.  

Não há uma ordem para que esses elementos apareçam na história.

sábado, 16 de agosto de 2014

Orações subordinadas adverbiais - teoria e exercícios

 

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS exercem a função de adjunto adverbial em relação à oração principal

Causais – relação de causa Ex.: Como você chamou, eu vim. (porque, visto que, como, uma vez que, já que etc.)

Consecutivas – relação de consequência Ex.: Correu tanto que chegou cansado. ( [tanto] que, [tão...] que, [de tal forma] que etc.)

Concessivas – relação de concessão Ex.: Embora não me conheça bem, confia em mim. (embora, apesar de que, ainda que, se bem que, conquanto etc.)

Comparativas – relação de comparação Ex.: Ele observa mais do que fala. (tal, como, quanto [mais...] do que, [menos...] do que, [tanto...] quanto etc.)

Conformativas – relação de conformidade Ex.: Conforme afirmaram os meteorologistas, hoje choveria. (como, conforme, segundo etc.)

Condicionais – relação de condição Ex.: Comprarei o livro desde que encontre uma edição revisada. (se, salvo se, caso, contanto que, desde que, a menos que etc.)

Proporcionais – relação de proporção Ex.: Quanto mais falava, mais se confundia. (à proporção que, à medida que, quanto mais... etc.)

Temporais – relação de tempo Ex.: Assim que entrei, ele saiu. (quando, enquanto, logo que, assim que, depois que, até que, apenas, mal, que [= quando] etc.)

Finais – relação de finalidade Ex.: Eles apresentaram a carteirinha a fim de obterem um desconto. (a fim de que, para que, que [= para que], porque

 

1. Identifique a circunstância expressa pela oração destacada, considerando a relação que ela estabelece com o restante do período.

 a) "Homens e coisas vinham do descanso; o céu fazia economia de estrelas, apagando-as, à medida que o sol ia chegando para o seu ofício." (Machado de Assis)

b) "Se um dia pudermos mudar os genes para que as crianças fiquem mais bonitas ou inteligentes, não vejo por que não fazê-lo." (James Watson)

c) "A propaganda com pessoas 'normais' foi tão bem aceita que virou assunto de conversa, de debates, de charges." (adaptada: Olivetto)

d) "Como tinha religião, entrava na igreja uma vez por ano. E sempre vira, desde que se entendera, roupas de festa assim: calça e paletó engomados, botinas de elástico, chapéu de baeta, colarinho e gravata." (Graciliano Ramos)

e) "Trabalhe como se não precisasse do dinheiro. Ame como se nunca tivesse se ferido. Dance como se ninguém observasse." (Mark Twain)

f) "Opinei de cabeça, como me sucedia nas matérias que eu não sabia bem nem mal." (Machado de Assis)

g) "Ainda que as siglas permaneçam as mesmas, o eleitor não perderá a oportunidade de manifestar sua indignação diante da atual crise." (Frei Betto)

2. Substitua o conectivo destacado por outro de igual valor, de forma a não alterar o sentido da oração.

 a) "Posto que nascido na roça (donde vim com dois anos) e apesar dos costumes do tempo, eu não sabia montar, e tinha medo ao cavalo." (Machado de Assis)

b) "Raras vezes me irrito, conquanto lastime sempre o que é fraqueza ou perversão." (Machado de Assis)

c) "Os sucessos de certa ordem, embora de pouca monta, podem ser trazidos a lume, contanto que ponham em relevo a tua pessoa.

d) Segundo atesta recente relatório do Banco Mundial, o Brasil é o campeão mundial de má distribuição de renda.

e) "Vinham em bandos, arranchavam-se nas árvores da beira do rio, descansavam, bebiam e, como em redor não havia comida, seguiam viagem para o Sul." (Graciliano Ramos)

 

3. O amor não só traz alegria como também alimenta. Neste período, a conjunção é:
a) subordinativa causal;
b) coordenativa aditiva;
c) coordenativa conclusiva;
d) subordinativa comparativa;
e) conformativa.

4. Numa das frases abaixo, não se encontra exemplo da conjunção anunciada. Assinale-a:
a) subordinativa concessiva -" Conquanto estivesse cansado, concordou em prosseguir";
b) subordinativa condicional - "Digam o que quiserem contanto que não me ofendam";
c) subordinativa temporal - "Mal anoiteceu, iniciou-se a festa com grande entusiasmo" ;
d) subordinativa final - "Saiu sem que ninguém percebesse";
e) subordinativa causal - "Como estou doente, não comparecerei".


5. Assinale o período em que ocorre a mesma relação significativa existente entre os termos grifados em: "a atividade científica é tão importante quanto qualquer outra atividade econômica":

a) o rapaz era tão aplicado, que em pouco tempo foi promovido;
b) quanto mais estuda, menos aprende;
c) tenho tudo quanto quero;
d) sabia a lição tão bem como eu;
e) todos estavam exaustos, tanto que se recolheram logo.

6.No período - "E quanto mais andava mais tinha vontade", ocorre ideia de proporção.
Assinale a opção em que tal ideia NÃO ocorre:
a) quanto mais leio este autor menos o entendo;
b) choveu tanto, que não pudemos sair;
c) à medida que corria o ano, o nosso trabalho era maior;
d) quanto menos vontade, mais negligência;
e) quanto mais se lê, mais se aprende.


7.Em "Embora ela tivesse sido alta e clara", a oração exprime:
a) causa;
b) condição;
c) concessão;
d) finalidade;
e) consequência.


8.  "Hoje, a dependência operacional está reduzida, uma vez que o Brasil adquiriu auto-suficiência na produção de bens como papel-imprensa (...)" A oração grifada no período acima tem valor:

a) condicional;
b) conclusivo;
c) concessivo;
d) conformativo;
e) causal.

9. "(...) fi-la construir de propósito, levado de um desejo tão particular que me vexa imprimi-lo, mas vá lá." O vocábulo sublinhado introduz oração que denota:

a) tempo;
b) causa;
c) condição;
d) comparação;
e) consequência.

10. "Tal era a fúria dos ventos, que as copas das árvores beijavam o chão." Neste período, a oração subordinada é adverbial:

a) concessiva;
b) condicional;
c) consecutiva;
d) proporcional;
e) final.

sábado, 19 de abril de 2014

Interpretação de texto para séries finais do ensino fundamental

Defenestração

 

Certas palavras têm o significado errado. Falácia, por exemplo, devia ser o nome de alguma coisa vagamente vegetal. As pessoas deveriam criar falácias em todas as suas variedades. A Falácia Amazônica. A misteriosa Falácia Negra. Hermeneuta deveria ser o membro de uma seita de andarilhos herméticos. Onde eles chegassem, tudo se complicaria.

– Os hermeneutas estão chegando!

– Ih, agora é que ninguém vai entender mais nada…

Os hermeneutas ocupariam a cidade e paralisariam todas as atividades produtivas com seus enigmas e frases ambíguas. Ao se retirarem deixariam a população prostrada pela confusão. Levaria semanas até que as coisas recuperassem o seu sentido óbvio. Antes disso, tudo pareceria ter um sentido oculto. (...)

Traquinagem devia ser uma peça mecânica.

– Vamos ter que trocar a traquinagem. E o vetor está gasto.

Mas nenhuma palavra me fascinava tanto quanto defenestração. A princípio foi o fascínio da ignorância. Eu não sabia o seu significado, nunca lembrava de procurar no dicionário e imaginava coisas. Defenestrar devia ser um ato exótico praticado por poucas pessoas. Tinha até um certo tom lúbrico.

Galanteadores de calçada deviam sussurrar no ouvido das mulheres:

– Defenestras?

A resposta seria um tapa na cara. Mas algumas… Ah, algumas defenestravam.

Também podia ser algo contra pragas e insetos. As pessoas talvez mandassem defenestrar a casa. Haveria, assim, defenestradores profissionais. Ou quem sabe seria uma daquelas misteriosas palavras que encerravam os documentos formais? "Nestes termos, pede defenestração…" Era uma palavra cheia de implicações. Devo até tê-la usado uma ou outra vez, como em:

– Aquele é um defenestrado.

Dando a entender que era uma pessoa, assim, como dizer? Defenestrada. Mesmo errada, era a palavra exata. Um dia, finalmente, procurei no dicionário. E aí está o Aurelião que não me deixa mentir. "Defenestração" vem do francês "defenestration". Substantivo feminino. Ato de atirar alguém ou algo pela janela.

Ato de atirar alguém ou algo pela janela! Acabou a minha ignorância, mas não a minha fascinação. Um ato como este só tem nome próprio e lugar nos dicionários por alguma razão muito forte. Afinal, não existe, que eu saiba, nenhuma palavra para o ato de atirar alguém ou algo pela porta, ou escada abaixo. Por que, então, defenestração?

Talvez fosse um hábito francês que caiu em desuso. Como o rapé. Um vício como o tabagismo ou as drogas, suprimido a tempo. (...)

Quem entre nós nunca sentiu a compulsão de atirar alguém ou algo pela janela? A basculante foi inventada para desencorajar a defenestração. Toda a arquitetura moderna, com suas paredes externas de vidro reforçado e sem aberturas, pode ser uma reação inconsciente a esta volúpia humana, nunca totalmente dominada. Na lua-de-mel, numa suíte matrimonial no 17º andar.

– Querida…

– Mmmm?

– Há uma coisa que preciso lhe dizer…

– Fala, amor!

– Sou um defenestrador.

E a noiva, em sua inocência, caminha para a cama:

– Estou pronta para experimentar tudo com você!

Em outra ocasião, uma multidão cerca o homem que acaba de cair na calçada. Entre gemidos, ele aponta para cima e balbucia:

– Fui defenestrado…

Alguém comenta:

– Coitado. E depois ainda atiraram ele pela janela?

Agora mesmo me deu uma estranha compulsão de arrancar o papel da máquina, amassá-lo e defenestrar esta crônica. Se ela sair é porque resisti.

 

Luis Fernando Verissimo

 

1. De acordo com esse texto, o que é defenestração?

a) Dedetizar insetos pelas ruas.

b) Fazer solicitação ao juiz.

c) Galantear alguém nas calçadas.

d) Atirar algo ou alguém pela janela.

e) Uma peça mecânica.

 

2. Considerando-se o conjunto de informações do texto, o narrador se diz fascinado pela palavra defenestração, porque:

a) ele desconhecia o significado da palavra.

b) ele imaginava o significado da palavra como algo exótico.

c) ele imaginava o significado da palavra como algo proibido.

d) ele ligava a palavra à linguagem jurídica ou técnica.

e) ele se encantava com a palavra, primeiro por causa dos significados que imaginava para ela, depois por causa do significado dicionarizado dela.

 

3. No decorrer do texto, o narrador imaginava possíveis significados para defenestração. Pela ordem, poderíamos dizer que ele atribuía à palavra os seguintes sentidos:

a) conduta sexual não convencional, dedetização, deferimento.

b) prática ilegal, arrumação, requerimento.

c) xingamento, cuidados domésticos, documento formal.

d) indiscrição, arrumação, providências.

e) conduta imprópria, consertos, aprovação.

 

4. No trecho Ou quem sabe seria uma daquelas misteriosas palavras que encerravam os documentos formais, o narrador utilizamisteriosas referindo-se:

a) ao fato de que as palavras sempre podem ser utilizadas de várias maneiras.

b) ao fato de que a linguagem formal (jurídica, no caso) utiliza palavras cujo significado é desconhecido pela maioria das pessoas.

c) ao fato de que as pessoas em geral não se preocupam em ler os documentos formais.

d) ao fato de haver baixo nível de formação escolar neste país.

e) ao fato de as palavras sempre possuírem significados ocultos.

 

5. Depois de descobrir o real significado de defenestração, o narrador continua fascinado pela palavra porque:

a) o significado dela remete a um ato pouco comum, e ele fica imaginando as razões da existência de tal palavra.

b) ele não havia pensado na possibilidade do significado real.

c) ele não vê utilidade na palavra.

d) ele não se mostra favorável a estrangeirismos.

e) o significado da palavra remete a uma ação que não praticamos em nossa cultura.

 

6. A princípio foi o fascínio da ignorância. Nesta frase, as palavras receberam acento por serem:

a) proparoxítonas.

b) paroxítonas terminadas em o.

c) paroxítonas terminadas em ditongo crescente.

d) proparoxítonas terminadas em ditongo crescente.

e) paroxítonas terminadas em a.

 

7. E  está o Aurelião que não me deixa mentir. A palavra destacada é acentuada pelo mesmo motivo de:

a) nó                                                        

b) táxi                                         

c) até

d) dói

e) contribuí

 

8. Assinale o item em que todas as palavras são acentuadas pela mesma regra de: exótico, até e dicionário.

a) óculos, café, água

b) lâmina, ré, aquário

c) biólogo, pé, necessária

d) comprássemos, fé, língua

e) impaciência, você, dúvida

 

9. Marca o item em que necessariamente o vocábulo deve receber acento gráfico:

a) esta                                                     

b) proprio

c) rape                                      

d) habito

e) vicio

 

10. Assinala a alternativa correta:

a) Na primeira frase do texto, a palavra têm foi empregada com acento para diferenciar o plural.

b) Assim como lua-de-mel, a palavra auto-escola deve ser escrita com hífen.

c) São exemplos de proparoxítonas: mecânica, herméticos, óbvio.

d) "Defenestração" vem do francês... Nesse trecho, a palavra destacada é uma forma do verbo ver.

e) amassá-lo recebe acento por se tratar de uma proparoxítona.    


RESPOSTAS: 
1. D
2. E
3. A
4. B
5. A
6. C
7. E
8. A
9. B
10. A

 

domingo, 13 de abril de 2014

Interpretação textual para o 1º ano - ensino médio

                   Os puristas e a mentira do "vale-tudo"


            Atenção! Cuidado! Alerta! Não acredite nos puristas que  andam declarando nos meios de comunicação que os  linguistas são defensores do "vale-tudo" na língua. Esse é  mais um dos muitos argumentos falaciosos que eles  utilizam para desqualificar os resultados das pesquisas  científicas e as propostas de renovação da pedagogia de  língua inspiradas em critérios mais racionais e menos  dogmáticos, e em posturas políticas menos intolerantes e  mais democráticas.

            É claro que, numa perspectiva exclusivamente linguística,  de análise da língua em seu funcionamento interno, tudo  tem o seu valor. Afinal, como nada na língua é por acaso,  então toda e qualquer manifestação linguística está sujeita  a regras e tem sua lógica interna: não há razão para  atribuir maior ou menor valor à forma linguística A ou à  forma linguística B. Seria algo tão inaceitável quanto um  zoólogo achar que as borboletas têm maior valor que as  joaninhas e que, por isso, as joaninhas devem ser  eliminadas... Para o cientista da linguagem, toda  manifestação linguística é um fenômeno que merece ser  estudado, é um objeto digno de pesquisa e teorização, e  se uma forma nova aparece na língua, é preciso buscar as  razões dessa inovação, compreendê-la e explicá-la  cientificamente, em vez de deplorá-la e condenar seu  emprego.

            Mas o linguista consciente também sabe que a língua está  sujeita a avaliações sociais, culturais, ideológicas, e que  precisa também ser estudada numa perspectiva  sociológica, antropológica, política etc. Nessa perspectiva,  existem formas linguísticas que gozam de maior prestígio  na sociedade, enquanto outras – infelizmente – são alvo  de estigma, discriminação e até de ridicularização. As  mesmas desigualdades, injustiças e exclusões que  ocorrem em outras esferas sociais – no que diz respeito,  por exemplo, ao sexo da pessoa, à cor da pele, à  orientação sexual, à religião, à classe social, à origem  geográfica etc. – também exercem seu peso sobre a língua  ou, mais precisamente, sobre modos particulares de falar a  língua.

BAGNO, Marcos.

01. Relacionando as ideias do texto a aspectos gerais da  língua falada e da escrita, analise as proposições  abaixo.

1) Numa perspectiva exclusivamente linguística,  não há como negar que a modalidade escrita é  comunicativamente mais correta, já que a  modalidade falada está mais sujeita a variações.

2) As manifestações mais evidentes de preconceito  linguístico se aplicam à modalidade falada da  língua e atingem, especialmente, as pessoas  que não dominam o que se chama de 'Norma  Culta'.

3) As atitudes discriminatórias que atingem certas  variantes da modalidade falada se assemelham  às desigualdades, injustiças e exclusões que  ocorrem em outras esferas sociais.

4) Para o cientista da linguagem, a alta frequência  de formas linguísticas novas que surgem todos  os dias na modalidade falada atesta a maior  dinamicidade dessa modalidade, em relação à  escrita.    Estão corretas:

A) 1, 2, 3 e 4

B) 2, 3 e 4, apenas

C) 1, 3 e 4, apenas

D) 1, 2 e 4, apenas

E) 1, 2 e 3, apenas

 

02. A análise das características gerais do Texto 1 nos  permite afirmar que:

1) apesar de ele ser iniciado com trechos  apelativos, do ponto de vista funcional, trata-se  de um texto expositivo, com argumentação  consistente em defesa de um posicionamento  teórico.

2) de um ponto de vista semântico, vê-se que há  evidente prevalência do sentido conotativo das  palavras e expressões nele empregadas, como  requer o gênero de texto selecionado.

3) nele, optou-se pela simplicidade vocabular e  pela obediência às recomendações da Norma  Padrão da língua, sem a utilização de muitas  figuras de linguagem que dificultassem sua  compreensão.

4) embora, do ponto de vista temático, ele aborde  questões referentes à língua, sua função não é  privilegiadamente metalinguística; o que  sobressai é sua função referencial.   Estão corretas:

A) 1, 2, 3 e 4

B) 1, 2 e 3, apenas

C) 1, 2 e 4, apenas

D) 1, 3 e 4, apenas

E) 2, 3 e 4, apenas

 

03. Mais relevante do que saber em que classe  gramatical uma palavra se enquadra é saber que  função essa palavra desempenha no texto e que  efeito de sentido provoca no discurso. Nessa  perspectiva, assinale a alternativa correta.

A) No trecho: "Não acredite nos puristas que  andam declarando nos meios de comunicação  que os linguistas são defensores do "vale-tudo"  na língua. Esse é mais um dos muitos  argumentos falaciosos que eles utilizam para  desqualificar os resultados das pesquisas  científicas (...).", os pronomes destacados levam  o leitor a realizar um movimento de retomada no  texto, o que promove a coesão entre fragmentos  desse trecho.

B) No trecho: "Afinal, como nada na língua é por  acaso, então toda e qualquer manifestação  linguística está sujeita a regras e tem sua lógica  interna:", o termo destacado é uma conjunção  que, nesse contexto, tem valor comparativo.

C) No trecho: "É claro que, numa perspectiva  exclusivamente linguística, de análise da língua  em seu funcionamento interno, tudo tem o seu  valor.", a expressão 'É claro' expressa um  sentido adverbial de dúvida e suposição.

D) O último parágrafo é iniciado com uma  conjunção: "Mas o linguista consciente também  sabe que a língua está sujeita a avaliações  sociais, culturais, ideológicas, (...).", que cumpre  a função de intensificar a referência feita ao  número de 'linguistas conscientes'.

E) No trecho: "existem formas linguísticas que  gozam de maior prestígio na sociedade,  enquanto outras – infelizmente – são alvo de  estigma, discriminação e até de ridicularização.",  o advérbio destacado indica o modo como as  formas linguísticas são discriminadas.

 

04. As regras ortográficas, mesmo sendo oficialmente  sancionadas, passam por alterações de tempos em

tempos. Acerca das regras ortográficas da língua  portuguesa, assinale a alternativa correta.

A) A supressão do trema, a partir do Acordo  Ortográfico que entrou em vigor em janeiro de  2009, alterou a grafia, por exemplo, das palavras  'distinguir' e 'sequidão'.

B) A regra que prevê acento em todas as palavras  proparoxítonas justifica o acento de palavras  como 'rúbrica' e 'púdica'.

C) Ainda que a letra h não represente um fonema  no início de algumas palavras, ela deve estar  presente, por exemplo, em: 'humidade' e  'hojeriza'.

D) Devem ser grafadas com c palavras como:  'pretencioso' e 'ancioso'.

E) Deve grafar-se com ç a palavra 'exceção'; e com  ss a palavra 'repercussão'.

 

05. O Texto 1 recomenda que tenhamos cuidado com os  "puristas". Na Literatura, também é possível identificar  uma visão mais, ou menos, purista da linguagem. A  esse respeito, assinale a alternativa correta.

A) A produção poética da 1ª geração romântica  apresenta forte preocupação purista, do que  decorre uma tentativa de fazer renascer a língua  portuguesa segundo os padrões lusitanos, com  forte rejeição às formas linguísticas nacionais.

B) O Arcadismo se destaca como um dos  movimentos literários de maior rigor purista, que  se revela na preferência por uma linguagem  rebuscada, vocabulário erudito, de difícil acesso  e frases na ordem inversa.

C) Os autores barrocos revelam uma visão purista  da linguagem ao privilegiarem o cultismo, que se  caracteriza pelo rebuscamento formal,  manifestado no jogo de palavras e no excessivo  emprego de figuras de linguagem.

D) A produção literária da 2ª geração romântica,  opondo-se à 1ª, adota uma visão nada purista,  revelada na extrema simplicidade da linguagem,  que rejeitava formas lusitanas para expressar,  nos textos, a grande alegria de ser brasileiro.

E) A 3ª geração romântica, antecipando a visão  pouco purista do Realismo, que viria em  seguida, prefere uma linguagem despojada,  direta e até chula, que consiga retratar com  objetividade a realidade brasileira

                             1B 2D 3A 4E 5C.

           


Interpretação de texto para 2º ano - ensino médio.

            A língua, em sua infinitude, em sua heterogeneidade e em  seu constante processo de mudança, é, no fundo,  incontornável. Isto é, não dispomos de meios para cercá-la,  para riscar um traço a seu redor, para desenhar uma linha que a contenha.

            Claro, a nossa cultura linguística tradicional tem enormes dificuldades para conviver com essas características da língua. Diante do infinito, do heterogêneo e do sempre mutante, muitas pessoas clamam por regras categóricas.

            Surgem, então, aqueles que se arrogam o direito de ditar  tais regras. Como não há um papa ou um supremo tribunal federal linguístico, alguns se acham no direito de assumir o papel de autoridade: inventam regras e proibições, condenam usos normais e ficam execrando e humilhando os falantes. E, pior, nunca admitem contestação. Infelizmente, esse autoritarismo gramatical, essas atitudes autocráticas têm grande prestígio nanossa sociedade, em especial entre alguns dos nossos intelectuais. No entanto,

um dos efeitos desse autoritarismo linguístico tem sido justamente bloquear o amplo acesso social a um bom

domínio da língua. Inibe e constrange. De um lado, porque instaura uma insegurança nos falantes. De outro, porque se aproxima dos fatos da língua sempre de modo fragmentário  (arrolam picuinhas sobre picuinhas – alguns chegam até a ultrapassar a casa do milhar), sem nunca oferecer uma perspectiva de conjunto da nossa realidade linguística, em particular da norma culta/comum/standard.

            Se não dispomos de uma autoridade suprema em matéria de língua, como podemos dirimir dúvidas ou arbitrar  polêmicas? Não temos alternativa, a não ser observar criteriosa e sistematicamente os usos. No caso da norma  culta/comum/standard, os bons dicionários e as boas gramáticas devem registrar e consolidar os usos

observados. Não cabe a eles criar regras, mas – observando os usos – cabe a eles descrever e consolidar  os fatos dessa norma.

FARACO, Carlos Alberto.

01. A análise de aspectos linguísticos presentes no  texto nos leva a concluir que:

1) Logo no primeiro parágrafo, identificam-se  palavras formadas pelo prefixo in-, com sentido  de 'inclusão': 'infinitude' e 'incontornável'.

2) No trecho: "arrolam picuinhas sobre picuinhas", a  preposição contribui para expressar a idéia de  quantidade: "arrolam picuinhas e mais picuinhas".

3) No trecho: "Surgem, então, aqueles que se  arrogam o direito de ditar tais regras.", a próclise  é opcional; a opção pela ênclise seria igualmente  aceita pela norma padrão da língua.

4) No trecho: "Não cabe a eles criar regras, mas –  observando os usos – cabe a eles descrever e  consolidar os fatos dessa norma.", o uso dos  travessões tem o efeito de enfatizar o trecho  'observando os usos', garantindo-lhe saliência  informativa.

 Estão corretas:

A) 1 e 3, apenas.

B) 1 e 4, apenas.

C) 2 e 4, apenas.

D) 2 e 3, apenas.

E) 1, 2, 3 e 4.

02. A análise de algumas formas verbais utilizadas no  texto nos permite afirmar corretamente que:

A) o trecho destacado em: "não dispomos de meios  (...) para desenhar uma linha que a contenha."  poderia estar no imperfeito do subjuntivo; neste  caso, a forma verbal correta seria 'que a  contesse'.

B) por meio da forma verbal destacada no trecho:  "os bons dicionários e as boas gramáticas devem  registrar e consolidar os usos observados" o  autor faz uma recomendação.

C) no trecho: "No entanto, um dos efeitos desse  autoritarismo linguístico tem sido justamente  bloquear o amplo acesso social a um bom  domínio da língua.", a forma verbal destacada  indica voz passiva.

D) a forma verbal utilizada no trecho: "Se não  dispomos de uma autoridade suprema em  matéria de língua, (...)" indica possibilidade futura.

E) no trecho: "Surgem, então, aqueles que se  arrogam o direito de ditar tais regras.", a opção  pelo presente do indicativo revela que o autor  está supondo que um fato poderia ocorrer.

 

03. A utilização do sinal indicativo de crase tem relação,  também, com a regência dos verbos. Sabendo disso,

assinale a alternativa na qual esse sinal foi  corretamente utilizado.

A) Quando fala em 'infinitude da língua', o autor se  refere à incalculáveis usos possíveis da língua.

B) Algumas 'proibições' na língua atrelam-se mais à  preconceito do que à reflexões sobre os usos.

C) Há regras gramaticais absurdas, que chegam à  proibir certos usos que já são correntes.

D) A atitude de 'autoritarismo linguístico', à qual o  autor alude no texto, está longe de ser superada.

E) No texto, o autor dirige sua crítica à todos que  adotam uma visão normativa da gramática.

 

04. "Depois da revolução romântica, formou-se em nosso  país um grupo de poetas que desejava restaurar a

poesia clássica. Propuseram, então, uma poesia  objetiva, de elevado nível vocabular, racionalista,  perfeita do ponto de vista formal e voltada para temas  universais." Instauraram, assim, no Brasil:

A) o Parnasianismo.

B) o Simbolismo.

C) o Pré-Modernismo.

D) o Realismo.

E) o Naturalismo.

 

1C 2B 3D 4A

Interpretação de texto para 3º ano - ensino médio

Texto 1

Mentira e verdade

            Alguns estudiosos afirmam que a mercadoria mais  importante do mundo moderno é a informação. Pensando  bem, foi sempre mais ou menos assim. Quem detinha a  informação era poderoso – daí que a mídia foi elevada a  quarto poder, tese contra a qual sempre me manifestei,  achando que a mídia é uma força, mas não o poder.

             Com a chegada da internet, suas imensas e  inesperadas oportunidades, o monopólio da informação  pulverizou-se. Os jornais, creio eu, foram os primeiros a  sentir o golpe, os livros logo em seguida, havendo até a  previsão de que ele acabará na medida em que se limitar  ao seu atual desenho gráfico, que vem de Gutenberg.

             Acontece que, mais cedo ou mais tarde, a mídia  impressa ficará dependente não dos seus quadros

profissionais, de sua estrutura de captação das  informações. Qualquer pessoa, a qualquer hora do dia ou

da noite, acessando blogs e sites individualizados, ficará  por dentro do que acontece ou acontecerá.

 Na atual crise que o país atravessa, a imprensa  em muitas ocasiões foi caudatária do que os blogs

informavam duas, três vezes ao dia. Em termos de  amplidão, eles sempre ganharão de goleada da imprensa  escrita e falada.

            O gigantismo da internet tem, porém, pés de barro.  Se ganha no alcance, perde no poder de concentração e  análise. Qualquer pessoa, medianamente informada ou  sem informação alguma, pode manter uma fonte de notícias  ou comentários com responsabilidade zero, credibilidade

zero, coerência zero.

             O mercado da informação, que formaria o poder no  mundo moderno, em breve estará tão poluído que

dificilmente saberemos o que ainda não sabemos: o que é  mentira e o que é verdade.

Carlos Heitor Cony.

 

01. Acerca de relações interoracionais presentes no Texto.  Analise as proposições abaixo.

1) O trecho: "Alguns estudiosos afirmam que a  mercadoria mais importante do mundo moderno é

a informação." exemplifica um caso em que o complemento de um verbo está na forma de uma oração.

 

2) Ao afirmar que "O gigantismo da internet tem,  porém, pés de barro.", o autor opera uma  mudança na direção argumentativa do texto.

 

3) No trecho: "Quem detinha a informação era  poderoso.", temos um caso em que o sujeito está  codificado na forma de uma oração.

 

4) No trecho: "Na atual crise que o país atravessa",  o autor utiliza duas formas com função adjetiva

em relação ao substantivo 'crise': 'atual' e 'que o  país atravessa'.   Estão corretas:

A) 1, 2, 3 e 4.

B) 1, 2 e 3, apenas.

C) 1, 2 e 4, apenas.

D) 1, 3 e 4, apenas.

E) 2, 3 e 4, apenas.

02. É possível reconhecer uma relação semântica de  causalidade no seguinte trecho:

A) "Os jornais, creio eu, foram os primeiros a sentir o  golpe, os livros logo em seguida, havendo até a

previsão de que ele acabará."

B) "Acontece que, mais cedo ou mais tarde, a mídia  impressa ficará dependente não dos seus  quadros profissionais, de sua estrutura de  captação das informações."

C) "Na atual crise que o país atravessa, a imprensa  em muitas ocasiões foi caudatária do que os  blogs informavam duas, três vezes ao dia."

D) "Com a chegada da internet, suas imensas e  inesperadas oportunidades, o monopólio da  informação pulverizou-se."

E) "Qualquer pessoa, medianamente informada ou  sem informação alguma, pode manter uma fonte

de notícias ou comentários com responsabilidade

zero, credibilidade zero, coerência zero."

 

03. Assinale a alternativa na qual a regência nominal  segue as regras da Norma Padrão.

A) A tese de que a mídia é um quarto poder não é  compatível ao pensamento do autor.

B) Algumas informações que são postas à  disposição aos usuários da Internet nem sempre  são confiáveis.

C) O gigantismo da internet perde no poder de  concentração e análise, devido ao acúmulo de  informações.

D) Pesquisas indicam que a mídia impressa ainda é  preferível do que a Internet.

E) Há sites não-confiáveis, que são propensos em  darem informações apressadas.

04. Assinale a alternativa em que as regras da  concordância foram obedecidas.

A) De fato, existe, atualmente, sites e blogs pouco  confiáveis na Internet.

B) Atualmente, veem-se notícias que não têm  nenhum fundamento, na Internet.

C) O alcance das informações propagadas pela  mídia eletrônica são incomparavelmente maiores.

D) Sem dúvida, sobra, na Internet, veículos de  informações pouco confiáveis.

E) Devem haver, certamente, sites de informação  mais seguros do que outros.

 

05. Acerca das vanguardas europeias, analise as  proposições a seguir.

1) Na literatura, as técnicas de pintura cubista  correspondem à fragmentação da realidade, à  superposição e simultaneidade de planos – por  exemplo, reunir assuntos aparentemente sem  nexo, misturar assuntos, espaços e tempos  diferentes.

2) As propostas futuristas para a linguagem literária  defendiam, dentre outras: as "palavras em  liberdade", por alterações sintáticas; a abolição  dos adjetivos e dos advérbios; e a abolição da  pontuação.

3) O Expressionismo se revela, na literatura, pelo  culto ao belo, pela organização canônica das  frases e pela preferência por temas que  expressavam o universo interior dos escritores,  como os sentimentos de amor, de medo e de dor.

4) Na literatura, o Dadaísmo caracteriza-se pela  agressividade, improvisação, desordem, livre  associação de palavras e pela invenção de  palavras com base apenas em seu significante.   Estão corretas:

A) 1, 2, 3 e 4.

B) 2, 3 e 4, apenas.

C) 1, 3 e 4, apenas.

D) 1, 2 e 3, apenas.

E) 1, 2 e 4, apenas.

Obs.: se precisarem do gabarito, mande-me um e-mail.