quinta-feira, 28 de março de 2013

Simulado de leitura para as séries finais do E. Fundamental

Leia o poema abaixo para responder as questões 1 e 2.

Pássaro em vertical

Cantava o pássaro e voava

                 Cantava para lá

Voava para cá

Voava o pássaro e cantava

De

    Repente

                 Um

                       Tiro

                            Seco

               Penas fofas

                    Leves plumas

                    Mole espuma

            

             E um risco

             Surdo

                 N

                 O

                 R

                 T

                 E

                 S

                 U

                 L

Fonte: NEVES. Libério. Pedra solidão. Belo Horizonte: Movimento Perspectiva, 1965


1. Qual é o assunto do texto:
a) Um pássaro em vôo, que leva um tiro e cai  em direção ao chão.
b) Um pássaro que cantava o dia todo.
c) Um pássaro que sonhava com a liberdade.
d) A queda de um pássaro que não sabia voar.

2. De que maneira a forma global do poema se relaciona com o título "Pássaro em
vertical"?
a) A disposição das palavras no texto tem relação com o sentido produzido.
b) As palavras "norte-sul" não foram escritas verticalmente no poema.
c) O fato de que o pássaro possui penas e/ou plumas fofas e leves.
d) O termo vertical pode ser associado ao vôo do pássaro.

Leia o texto abaixo para responder as questões 3 e 4:
Como um filho querido
Tendo agradado ao marido nas primeiras semanas de casados, nunca quis ela se
separar da receita daquele bolo. Assim, durante 40 anos, a sobremesa louvada compôs
sobre a mesa o almoço de domingo, e celebrou toda data em que o júbilo se fizesse
necessário.
Por fim, achando ser chegada a hora, convocou ela o marido para o conciliábulo
apartado no quarto. E tendo decidido ambos, comovidos, pelo ato solene, foi a esposa
mais uma vez à cozinha assar a massa açucarada, confeitar a superfície.
Pronto o bolo, saíram juntos para levá-lo ao tabelião, a fim de que se lavrasse ato de
adoção, tornando-se ele legalmente incorporado à família, com direito ao prestigioso
sobrenome Silva, e nome Hermógenes, que havia sido do avô.
   
Fonte: COLASANTI, Marina. Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro: Rocco, 1986. p.57.16
 – Anos Finais do Ensino Fundamental - Prova Brasil - 2009 Língua Portuguesa

3. No conto "Como um filho querido" a esposa e o esposo foram ao tabelião com
intuito de:
a) Regularizar a situação de um parente registrando seu nome.
b) Registrar o nome do filho querido que há 40 anos fazia parte da família, mas
não tinha registro.
c) Lavrar o ato de adoção do bolo no tabelionato, e assim, incorporá-lo à família
como um filho querido com direito ao sobrenome da família Silva.
d) Lavrar o ato de adoção do filho querido para que o mesmo recebesse o
nome do seu avô paterno, Hermógenes.

4. A expressão no 2º parágrafo "Convocou ela o marido para o conciliábulo
apartado no quarto" significa:
a) A mulher chamou o marido para uma conversa séria no quarto a fim de convencê-lo de que era preciso dar um nome ao bolo e registrá-lo no tabelionato.
b) A mulher convidou o marido para uma breve reunião no quarto do casal na
qual decidiriam pelo registro do nome do bolo no tabelionato.
c) A esposa determinou ao marido que fosse ao quarto a fim de convencê-lo de
dar um nome e registro ao bolo no cartório por meio de uma comemoração
íntima.
d) A esposa pediu para o marido que a acompanhasse até o quarto onde decidiriam registrar o nome do bolo no cartório de registros por meio de uma
assembléia geral.

Leia o texto abaixo:

Por que os japoneses vieram ao Brasil?

E por quê, agora, seus descendentes estão indo para o Japão?
No início do século 20, as lavouras de café brasileiras precisavam de mão-de-obra.
A saída do governo brasileiro foi atrair imigrantes. O momento não podia ser melhor
para os japoneses – lá, o desemprego bombava por causa da mecanização da lavoura.
Outro motivo que facilitou a vinda deles foi um tratado de amizade que Brasil e Japão
tinham acabado de assinar.
Aí, a situação se inverteu: o Japão se transformou em uma potência e, lá pela década de 80, ficou difícil bancar a vida no Brasil por causa da inflação e do desemprego.
Os netos e bisnetos dos imigrantes japoneses enxergaram, então, uma grande chance
de se dar bem e foram em massa para o Japão. Até 2006, a comunidade brasileira no
país já havia alcançado 313 pessoas.
Fonte: Revista Capricho nº 1045 maio/2008 p.94.

5. Na frase: "... o desemprego bombava por causa da mecanização da lavoura", a
expressão destacada pode ser substituída por:
a) Aumentava.
b) Apontava.
c) Atraía.
d) Bancava.

Leia o trecho da reportagem abaixo:

Jornal do Rio está fazendo 50 anos
  Ousado e investigativo o "Correio do Povo" sempre mostrou numa linguagem muito
clara, tanto com os assuntos da cidade,  do país e do mundo,  como também dos municípios do bairro de cada cidadão e leitor.
                                                                                  Fonte: Revista Veja 2001.

6. No trecho "Ousado e investigativo o Correio do Povo sempre mostrou numa
linguagem muito clara..." as palavras destacadas qualificam:
a) A cidade do Rio de Janeiro.
b) O leitor.
c) O jornal.
d) Os jornalistas.

Leia o texto abaixo:

Debussy

Para cá, para lá...

Para cá, para lá...

Um novelozinho de linha...

Para cá, para lá...

Para cá, para lá...

Oscila no ar pela mão de uma criança

(Vem e vai...)

Que delicadamente e quase a adormecer o balanço

Psio...-

Para cá, para lá...

Para cá e ...

- O novelozinho caiu.

                                                                                   Manuel Bandeira


7. O autor repete várias vezes  "Para cá, para lá...". Esse recurso foi utilizado
para:
a) Acompanhar o movimento do novelo e criar o ritmo do balanço.
b) Reproduzir exatameante os sons repetitivos do novelo.
c) Provocar a sensação de agitação da criança.
d) Sugerir que a rima é o único recurso utilizado na poesia.

Leia o texto abaixo:

O leão, o burro e o rato 

Um leão, um burro e um rato voltavam, afinal, da caçada que haviam empreendido juntos e colocaram numa clareira tudo que tinham caçado: dois veados, algumas perdizes, três tatus, uma paca e muita caça menor. O leão sentou-se num tronco e, com voz tonitruante que procurava inutilmente suavizar, berrou:
- Bem, agora que terminamos um magnífico dia de trabalho, descansemos aqui, camaradas, para a justa partilha do nosso esforço conjunto. Compadre burro, por favor, você, que é o mais sábio de nós três, com licença do compadre rato, você, compadre burro, vai fazer a partilha desta caça em três partes absolutamente iguais. Vamos, compadre rato, até o rio, beber um pouco de água, deixando nosso grande amigo burro em paz para deliberar.

Os dois se afastaram, foram até o rio, beberam água e ficaram um tempo. Voltaram e verificaram que o burro tinha feito um trabalho extremamente meticuloso, dividindo a caça em três partes absolutamente iguais. Assim que viu os dois voltando, o burro perguntou ao leão: - Pronto, compadre leão, aí está: que acha da partilha?

O leão não disse uma palavra. Deu uma violenta patada na nuca do burro, prostando-o no chão, morto. Sorrindo, o leão voltou-se para o rato e disse: - Compadre rato, lamento muito, mas tenho a impressão de que concorda em que não podíamos suportar a presença de tamanha inaptidão e burrice. Desculpe eu ter
perdido a paciência, mas não havia outra coisa a fazer. Há muito que eu não suportava mais o compadre burro. Me faça um favor agora - divida você o bolo da caça, incluindo, por favor, o corpo do compadre burro. Vou até o rio, novamente, deixando-lhe calma para uma deliberação sensata.

Mal o leão se afastou, o rato não teve a menor dúvida. Dividiu o monte de caça em dois: de um lado, toda a caça, inclusive o corpo do burro. Do outro apenas um ratinho cinza morto por acaso. O leão ainda não tinha chegado ao rio, quando o rato chamou: - Compadre leão, está pronta a partilha!
O leão, vendo a caça dividida de maneira tão justa, não pôde deixar de cumprimentar o rato:  

- Maravilhoso, meu caro compadre, maravilhoso! Como você chegou tão depressa a uma partilha tão certa? E o rato respondeu: - Muito simples. Estabeleci uma relação matemática entre seu tamanho e o meu – é claro que você precisa comer muito mais. Tracei uma comparação entre a sua força e a minha - é claro que você precisa de muito maior volume de alimentação do que eu. Comparei, ponderadamente, sua posição na floresta com a minha - e, evidentemente, a partilha só podia ser esta. Além do que, sou um intelectual, sou todo espírito! - Inacreditável, inacreditável! Que compreensão! Que argúcia! - exclamou o leão, realmente admirado. - Olha, juro que nunca tinha notado, em você, essa cultura. Como você escondeu isso o tempo todo, e quem lhe ensinou tanta sabedoria? - Na verdade, leão, eu nunca soube nada. Se me perdoa um elogio fúnebre, se não se ofende, acabei de aprender tudo agora mesmo, com o burro morto.

Millôr Fernandes


8. A narrativa procura passar a idéia de que:
a) A justiça é cega.
b) Os fortes não são sábios.
c) A sabedoria é própria das criaturas menores.
d) Só um burro tenta ficar com a parte do leão
.
Leia a poesia de Drummond e responda a questão:

Elegia

Ganhei (perdi) meu dia.

E baixa a coisa fria

Também chamada noite, e o frio ao frio

em bruma se entrelaça, num suspiro.21

Caderno de Atividades

E me pergunto e me respiro

na fuga deste dia que era mil

 para mim que esperava

os grandes sóis violentos, me sentia

tão rico deste dia

e lá se foi secreto, ao serro frio (...)

Carlos Drummond de Andrade

 

9. Dos versos, podemos entender que:
a) O poeta sente medo e tristeza dentro da noite negra e fria. Ele ama o dia e sua luz.
b) O poeta exprime um suave sentimento de tranqüilidade, ao cair de uma noite
de inverno: ele merecera e ganhara mais um dia, aproveitando o descanso da noite para meditar.
c) O poeta sente-se triste ao fim de mais um dia de um longo inverno, e lembrasse com saudade dos dias quentes e alegres do verão.
d) O poeta, sentindo próximo o fim da vida, faz um retrospecto melancólico, confrontando o muito que espera e o nada que tem nas mãos.

   Leia o texto a seguir e responda as questões 11, 12 e 13:

Sou contra a redução da maioridade penal

 

A brutalidade cometida contra os dois jovens em São Paulo reacendeu a fogueira da  redução da idade penal. A violência seria resultado das penas que temos previstas em  lei ou do sistema de aplicação das leis? É necessário também pensar nos porquês da  violência já que não há um único crime.

 

De qualquer forma, um sistema sócio-econômico historicamente desigual e violento  só pode gerar mais violência. Então, medidas mais repressivas nos dão a falsa sensação de que algo está sendo feito, mas o problema só piora. Por isso, temos que fazer as  opções mais eficientes e mais condizentes com os valores que defendemos. Defendo  uma sociedade que cometa menos crimes e não que puna mais. Em nenhum lugar do  mundo houve experiência positiva de adolescentes e adultos juntos no mesmo sistema  penal. Fazer isso não diminuirá a violência e formará mais quadros para o crime. Além  disso, nosso sistema penal como está não melhora as pessoas, ao contrário, aumenta  sua violência.

 

O Brasil tem 400 mil trabalhadores na segurança pública e 1,5 milhão na segurança  

privada para uma população que supera 171 milhões de pessoas. O problema não está  só na lei, mas na capacidade para aplicá-la. Sou contra a redução da idade penal porque tenho certeza que ficaremos mais inseguros e mais violentos. Sou contra porque  sei que a possibilidade de sobrevivência e transformação destes adolescentes está na  correta aplicação do ECA. Lá estão previstas seis medidas diferentes para a responsabilização de adolescentes que violaram a lei. Agora não podemos esperar que adolescentes sejam capturados pelo crime para, então, querer fazer mau uso da lei. Para fazer  o bom uso do ECA é necessário dinheiro, competência e vontade.

 

Sou contra toda e qualquer forma de impunidade. Quem fere a lei deve ser responsabilizado. Mas reduzir a idade penal, além de ineficiente para atacar o problema, desqualifica a discussão. Isso é muito comum quando acontecem crimes que chocam a  opinião pública, o que não respeita a dor das vítimas e não reflete o tema seriamente.

 

Problemas complexos não serão superados por abordagens simplórias e imediatistas. Precisamos de inteligência, orçamento e, sobretudo, um projeto ético e político de  sociedade que valorize a vida em todas as suas formas. Nossos jovens não precisam  ir para a cadeia. Precisam sair do caminho que os leva lá. A decisão agora é nossa: se  queremos construir um país com mais prisões ou com mais parques e escolas.

Fonte: ROSENO, Renato. Coordenador do CEDECA - Ceará e da ANCED 

- Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente.


10. Identifique o tema central trabalhado no texto:
a) Desigualdade Social.
b) Maioridade Penal.
c) Preconceito.
d) Violência.

11. Com base  na leitura do texto, assinale a alternativa que expressa a opinião do
autor e não um fato narrado:
a) O Brasil tem 400 mil trabalhadores na segurança pública e 1,5 milhão na segurança privada para uma população que supera 171 milhões de pessoas.
b) No [ECA] estão previstas seis medidas diferentes para a responsabilização
de adolescentes que violaram a lei.
c) Precisamos de inteligência, orçamento e, sobretudo, um projeto ético e polí-
tico de sociedade que valorize a vida em todas as suas formas.
d) A brutalidade cometida contra dois jovens em São Paulo reacendeu a fogueira da  redução da idade penal.

12. A que gênero pertence o texto lido:
a) Uma entrevista.
b) Um artigo de opinião.
c) Um texto de divulgação científica.
d) Um depoimento pessoal.

1A, 2A, 3C, 4B 5A, 6C, 7A, 8D, 9D, 10B, 11C, 12B